RETORNO À BANDEIRA VERDE EXIGE REFORMAS ESTRUTURAIS NO SETOR ENERGÉTICO PARA SUSTENTABILIDADE
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que, a partir de dezembro, a conta de luz no Brasil terá redução à adoção da bandeira verde, eliminando cobranças adicionais. Essa decisão reflete a melhoria no volume de chuvas em novembro, que prejudica os custos de geração de energia ao diminuir a necessidade do uso de termelétricas.
Entre janeiro e julho, prevaleceu a bandeira verde, sinalizando boas condições hídricas e geração mais barata. Porém, em agosto, a bandeira amarela foi acionada, trazendo custos extras de R$ 1.885 por 100 kWh consumidos. Os meses de setembro e outubro assinalaram as bandeiras vermelhas nos patamares 1 e 2, com acréscimos de R$ 4.463 e R$ 7.877, respectivamente, refletindo condições adversas de geração. Em novembro, com as chuvas, houve melhora suficiente para retornar à bandeira amarela.
Embora o retorno à bandeira verde represente um rompimento financeiro para os consumidores, é fundamental destacar que as flutuações nas tarifas refletem fatores estruturais, como a dependência de recursos hídricos e a falta de investimentos robustos em matrizes energéticas mais resilientes. Medidas paliativas, como o anúncio de redução de tarifas, podem ser realizadas como manobras para amenizar insatisfações, mas não substituem reformas estruturais no setor energético.
Portanto, enquanto a redução da conta de luz em dezembro é bem-vinda, o timing do anúncio e a falta de planejamento energético de longo prazo deixam dúvidas sobre a real intenção da medida: benefício sustentável para os brasileiros ou tentativa de melhorar a percepção do governo após um ano de desafios e queda de popularidade.
Comentários
Postar um comentário